quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A POBREZA E AS RIQUEZAS NA AMAZÔNIA


    Apesar de a região possuir um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 586 bilhões, a superação da pobreza é um dos desafios de melhoria dos indicadores sociais até 2015


O Jornal Correio do Brasil publicou no final da semana passada, uma matéria, sobre a pobreza na Amazônia que atinge a 17 milhões de pessoas.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE registrou que o estado do Amazonas, Amapá e Maranhão apresentaram os maiores números de mortalidade infantil, com o percentual acima de 10%.

Isso está relacionado ao grande número de nascimentos e também a dificuldade em acesso a hospitais, principalmente nas localidades ribeirinhas e indígenas, distantes dos centros urbanos, além do menor desenvolvimento sócio econômico. No Amazonas segundo dados do IBGE, 16% do total de óbitos no campo, são de crianças menores de 1 ano de idade, no Amapá 15% e Maranhão 10,2%.

As taxas de mortalidade infantil refletem os grandes contrastes sociais e regionais existentes no país. Todos os estados das regiões Sudeste e Sul estão abaixo da média nacional de 3,4% considerando as zonas rurais e urbanas. Os demais, com exceção da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco no Nordeste e Goiás no Centro Oeste, estão abaixo.

No Rio Grande do Sul, apenas 2,1% das mortes aconteceram entre crianças menores de 1 ano e, em São Paulo e Minas Gerais a taxa foi de 2,7%.

http://www.sinpsi.org/noticias.php?id=1711

Esses números do IBGE são reflexos da pobreza, que atinge quase a metade das 34 milhões de pessoas que vivem na região Amazônica, que estão abaixo da linha da pobreza.

O jornal ‘’O Solimões” publicou em seu editorial em janeiro de 1996: “ O homem do Amazonas – e da Amazônia em geral – nasce pobre, vive no sacrifício, morre na miséria e é enterrado em terra milionária, riquezas imensuráveis e é habitada por um povo paupérrimo, doente e abandonado, só tem explicação na insensatez do governo desta Pátria Amada e idolatrada que nega a seus filhos o quinhão que, por direito de cidadania, deveria caber a cada um deles.

O grande império americano se formou a partir do ouro do Arizona e do petróleo do Texas. O Japão ergueu-se de sua grande desventura na guerra, industrializando seus minérios. Aqui mais perto a Venezuela, se elevou aos olhos do mundo através de seus poços petrolíferos e suas jazidas de ferro, ouro e manganês.

No Brasil os saques as riquezas minerais remonta a época da Coroa Portuguesa. Apesar do saque, o ouro fez a fortuna do Sudeste, como o linhito fez a do Sul. No Nordeste, o Sal Gema sustenta a economia. No Sul do Pará, o ouro criou belas cidades. No Amazonas, a miséria passeia sobre províncias minerais que estão sendo guardadas a sete chaves.

Por que ? Para quem?

A grande reserva mineral do país está aqui, sob nossos pés. A saída para a Região Norte, sair desse estado de miséria que provoca números impressionantes de mortalidade infantil é grande parte da população, vivendo de forma degradante, seria atingir o apogeu e a exploração regional de suas riquezas minerais. Mais aí está o problema, o governo não organiza, não planeja e não disciplina. O governo não quer que os homens e mulheres do Amazonas nasça rico e cresça na abundância

Parece até que tudo que o governo federal quer é que a incalculável fortuna fique preservada, intocável a espera do juízo final, que será ditado pelas forças imperialistas no dia em que resolverem se apossar da Amazônia. O que se guarda e não se cuida, se perde.

De repente, sem mais nem menos, pode surgir no Congresso Nacional, uma lei a exemplo da distribuição dos royalties do Pré Sal, retirando direitos do povo Amazônico que está sofrendo, pagando um preço alto para preservar esta imensa riqueza, sem direito a mesma qualidade de vida da população de outros estados, tendo que viver sob à luz de lamparinas (em diversos municípios), sem o mínimo conforto. (E, ainda tem gente de outros estados, que acham que o povo do Amazonas, não precisa de nada, pois segundo eles, vivemos em uma ‘’geladeira natural’’), sendo apenas caseiro desta imensa riqueza, por uma lei qualquer, acaba sendo obrigado a dividir de forma igualitária esta riqueza, guardada há séculos pelo povo Amazônico, como áreas de: petróleo, gás, calcário, nióbio e outros minerais(Atenção em breve será votado no Congresso Nacional a lei dos royalties da mineração), e toda a biodiversidade na Amazônia além é claro da madeira dos peixes etc., para aqueles que sempre olharam com indiferença e discriminação para o povo da Amazônia.

Tendo os representantes de outros estados brasileiros no Congresso Nacional, nunca ter apoiado ou votado uma lei que fosse benéfica ao povo da Amazônia, assistindo muitas vezes, de camarote o povo se humilhando e clamando por socorro, para ter uma vida igual á de outros cidadãos brasileiros,

Dizer que temos o Pólo Industrial de Manaus - PIM, antiga Zona Franca de Manaus, e por isso temos o suficiente, é uma grande piada. Até porque, esse modelo industrial que aí está nada tem a ver com o projeto original que foi criado na década de 60 pelo governo militar, não para preservar a Amazônia como muitos apregoam hoje, mas sim para criar uma alternativa econômica para um povo que não tinha mais nenhuma opção para sobreviver com dignidade.

Hoje a ZFM, não passa de um Pólo Industrial que beneficia muito mais o governo federal e o governo do estado de São Paulo.

O primeiro, pela grande arrecadação em impostos e o segundo, favorecido pelos ICMS dos produtos oriundos das fábricas do Pólo Industrial de Manaus, que são cobrados nas vendas dos produtos nesse estado.

Enquanto o estado do Amazonas recebe uma pequena parcela de impostos restituídos e incentivos fiscais, para que outras fábricas possam se instalar aqui, produzindo seus produtos e depois vendendo direto para São Paulo, que acaba usufruindo do ICMS destes produtos fabricados no Pólo Industrial de Manaus.

E, ainda conseguiram tirar do PIM, a primazia de fabricar os tablets, e agora, querem tirar também do PIM a fabricação de DVDs e CDs.

É bem verdade que em troca nos oferecem em torno de 80 a 100 mil empregos porém, não oferecem oportunidades aos trabalhadores amazonenses para assumirem cargos de confiança e pagam baixíssimos salários aos trabalhadores das fábricas instaladas no Pólo Industrial de Manaus.

A seguir leia a matéria do ‘’Correio do Brasil’’;

Pobreza atinge 17 milhões de pessoas na região amazônica, aponta relatório

17/11/2011 15:45, Por Redação, com agência ANP

Apesar de a região possuir um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 586 bilhões, a superação da pobreza é um dos desafios de melhoria dos indicadores sociais até 2015



Quase metade das 34 milhões de pessoas que vivem na região amazônica estão abaixo da linha da pobreza. Entre os nove países que compartilham a floresta, o Equador e a Bolívia têm a situação mais crítica. Informações como esta constam no relatório “A Amazônia e os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio”, que são metas propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Apesar de a região possuir um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 330 bilhões – cerca de R$ 586 bilhões -, a superação da pobreza é um dos desafios de melhoria dos indicadores sociais até 2015. Dos oito objetivos traçados pela ONU, apenas a igualdade na escolaridade entre homens e mulheres foi alcançada. Apesar de ocorrerem avanços, os índices regionais de desenvolvimento da Amazônia ficam abaixo das médias nacionais

No tema ambiental, a Amazônia brasileira responde por 72% do desmate anual, seguido pela Venezuela, com 12,5%, e pelo Peru, 4,7%. Dados sobre a situação da saúde, trabalho, educação, mortalidade infantil e materna também são apresentados no relatório.

A pesquisa da Articulação Regional Amazônica foi divulgada neste mês de novembro no encontro “Cenários e Perspectivas da Pan-Amazônia”, em Belém (PA).

                                 Clique na capa do jornal ''O Solimões''

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